De acordo com o Dicionário Temático da Lusofonia, a gastronomia de Timor Leste é hoje resultado de variedades culturais autóctones e presenças estrangeiras. É comum ver, no entanto, crescente proliferação - mais ao longo da costa - de barracas de comida rápida. A influência religiosa e a tendência patriarcal deixaram traços vincados, evidentes nas orações antes das refeições e nas restritas regras de movimentação para a mesa: homens são invariavelmente os primeiros. Os banquetes são comuns e muitos timorenses chegam a endividar-se para não fazer feio em cerimônias importantes, como casamentos, nascimentos, lutos ou deslutos, enchendo longas mesas preparadas durantes meses por familiares e amigos.
O maior tratado de gastronomia timorense foi publicado em 1998 por Natália Carrascalão, apontando quer os sinais da influência portuguesa e, parcialmente, indonésia, quer as tendências muito próprias de Timor, marcadas pelos seus regionalismos e pelas suas diferentes etnias e culturas.
A comida timorense é hoje preparada com toques de África, Portugal, Indonésia, China - influências marcantes que permitem variar dos peixes secos da vizinha Indonésia e dos condimentos dos pratos africanos, para os mais rústicos traços portugueses.
Arroz, coco, papaia, amendoim e muito piri-píri (pimenta) são ingredientes essenciais para quase todos os pratos. Experiências que vão desde o saboko de camarão - com leite de coco e tamarindo a dar um toque especial com marisco grelhado - ao sassate de cabrito, receita em que é evidente o recurso da soja, tão comum na cozinha chinesa. Ou que passam pelo batarda'an, prato idêntico à cachupa africana.
Cabrito, peixe seco, galinha e porco são regulares, ainda que o uso das folhas de papaia, o milho, a mandioca, os legumes e o arroz sejam marca especial da comida timorense. A banana, o ananás e a papaia evidenciam-se nas sobremesas, com a influência dos coloridos doces indonésios.
Fonte: Cristóvão, F. (dir. e coord), Amorim, M.A., Marques, M..L.G., Moita, S.B. et alii (2006). Dicionário Temático de Lusofonia. Lisboa, Associação de Cultura Lusófona, Texto Editores.
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2 comentários:
Disso tudo, o que vc provou?? beijos
Não provei nada, infelizmente. Vi que não tinha muita informação sobre o assunto e achei que poderia disponibilizar esse verbete, pode ser útil pra alguém. Cadê o seu blog????? Vc deveria fazer um voltado para ações humanitárias misturando jornalismo, ciência e internacional. Bjokas!!!
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