terça-feira, 11 de setembro de 2007

O silêncio do Cinema em Timor Leste

Por conta da dominação colonial, a produção nacional de cinema em Timor é muito rara e igualmente a relação da população com o mundo dos filmes. Parece que as únicas imagens mesmo feitas são de câmeras amadoras ou de filmagens para reportagens. É o que garante o Dicionário Temático da Lusofonia (Texto Editores). "Das primeiras ressaltam seis mil metros de película rodados pelo poeta e agrônomo Ruy Cinatti quando lá esteve em missão científica. Além desta, no passado, deve a iniciativas estrangeiras do olhar dos repórteres de guerra, no auge das atrocidades perpetradas pelas tropas da indonésia, a recolha de imagens destes tempos de brasa".

"Depois da independência, uma vez mais é a voluntariosa ação de cineastas de vários países que permite a preservação de imagens únicas através de uma série de documentários. Estão neste caso o cineasta brasileiro Paulo Markun (com O nascimento de uma nação), a atriz e realizadora Lucélia Santos (O massacre que o mundo não viu), ou a jornalista Diana Andringa (O sonho do crocodilo) entre outros. A atualidade timorense é temática até em filmes de animação , como o laureado Tomor Loro Sae, do português Vitor Lopes (obra que cruza as lendas fundacionais da ilha do crocodilo com a história dos quinhentos anos de dominação portuguesa e os vinte e seis anos de resistência armada independentista levada a cabo pelos maubere contra ocupação e invasão indonésia).

Em todo o país há apenas uma sala de cinema, sediada na capital. O restante território usufrui de salas improvisadas que são utilizadas de quando em vez, e é servido irregularmente por um serviço de cinema ambulante. A TVTL, operadora de TV do país, só serve a capital, embora cassetes com seus programas e noticiários sejam frequentemente utilizados nessas brigadas ambulantes de cinema. Falta desenvolver esforços para implantação decisiva de uma estrutura que permita que passem a ser os próprios timorenses a reter a história e para o futuro as imagens da construção de sua sociedade".

Fonte: Dicionário Temático da Lusofonia, Texto Editores.

Um comentário:

João Paulo Esperança disse...

Já há cinema timorense. Pelo menos um filme. Chama-se Sirana.
O filme está no meu blog. Podem ir lá ver.

http://jpesperanca.blogspot.com/2008/03/sirana-o-incio-do-cinema-timorense.html


Também há, ao nível da animação, a série de História de Timor contada às crianças "Istória ba Futuru", do Centro de Produção Audiovisual, de Díli.
Em 2001 ou 2002 houve na TVTL uma tentativa de criar uma série para adolescentes sobre namoros e amizades. Creio que terminou ao fim de alguns episódios porque nunca mais vi nenhum. Nada do tipo "Morangos com Açúcar", uma coisa muito mais inocente...