quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Economia angolana, corrupção e fé na iniciativa privada

O Jornal d'África é um suplemento que sai no Jornal "Público" e traz sempre material interessante para alcançar alguma parte da realidade de hoje dos países de África de língua portuguesa. Deixo aqui trechos da entrevista publicada em abril com o ministro-adjunto do primeiro-ministro de Angola. Aguinaldo Jaime. Ele decreta o fim do Estado-providência recriminando políticas assistencialistas em Angola e pelo visto sua atual religião é a iniciativa privada.

A entrevista é feita por Tânia Reis Alves:

* Como está a economia angolana?

Bem, a taxa de inflação desceu 7,5% e Angola é neste momento um dos países com maior crescimento no mundo.

* Os chineses estão a investir fortemete em Angola. Não tem medo que eles possam monopolizar a economia angolana?

O investimento chinês tem as mesmas características que o da Alemanha e de Portugal. Angola é neste momento um país em reconstrução em que há necessidades imensas e todo o dinheiro que a China possa investir será pouco para suprir as necessidades.

Há duas formas de ajudar as pessoas. Uma é a visão muito tributária do Estado-providência, onde o Estado coloca ao cidadão importâncias em dinheiro. Não é esta a nossa visão. Nós preferimos desenvolver Angola, dar a possibilidade às pessoas de terem um emprego. Modernizar o país.

É preciso reabilitar as infra-estruturas. Não tenhamos ilusões, sem estrada não tem agricultura, nem comércio, nem construção. Portanto, a visão do governo angolano não é distribuir dinheiro para as pessoas. É criar condições para que a economia se desenvolva e o setor privado possa desempenhar o seu papel.

* Há corrupção em Angola?

A corrupção é um fenômeno a que nenhuma comunidade moderna está imune. Há corrupção em Angola como existe em outros países do mundo. O que é importante é criarmos mecanismos para combatê-la. E uma das formas de combater a corrupção é erradicar a pobreza. Dar condições aos cidadãos, só assim se combate a pobreza de maneira sustentada. E é isto que está em curso em Angola. Aperfeiçoamos os métodos de fiscalização do dinheiro público. Temos um Tribunal de Contas a funcionar e estamos a reforçar os órgãos judiciais.

* Como classificaria as relações econômicas entre Portugal e Angola?

As relações são boas. Portugal criou recenemente uma linha de credito para apoio ao investimento português em Angola. São iniciativas que nos dizem que estamos numa boa direção no sentido de reforço de cooperação.


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