Tudo bem que os ritos de passagem são celebrações que marcam mudanças de status de uma pessoa no seio de sua comunidade. E a união entre duas pessoas é um exemplo disso. A questão que se coloca cada vez mais no seio do efêmero é se esta passagem é só de ida ou tem volta. Alguns rituais de comunidades de língua portuguesa são bem práticos no que diz respeito ao casamento. Segundo o Dicionário Temático da Lusofonia, sobre a cultura de Guiné -Bissau, existem vários meios de se chegar às vias do enlace, ou do nó: casamento por roubo/furto, casamento-promessa, casamento por convite e casamento por decisão. Entre esses, me chamou atenção o papel da mulher em regime matriarcal no casamento por convite/escolha. Ao que consta, as mulheres bijagós convidam e escolhem livremente os seus pares. "A união segue densamente os rituais precursores da procriação", diz o livro. E, em caso de separação, a mulher também decide tudo e se manifesta de maneira bem direta. É simples, se a mulher quer se separar, ela exibe um símbolo por cima da entrada da porta principal e, também com uma demostração simbólica, obriga o homem a retirar-se do lar. Isso significa então o fim da relação. Mas o livro explica que é muito difícil que isso aconteça de fato porque as atitudes dos Bijagós têm como alicerce a relação Deus-homem-mundo. Já em outras áreas de língua portuguesa o modelo mais comum parece ser mesmo o casamento-promessa, que pode levar o rito à condição de mito. E, sem dúvida, o casamento-promessa deve ser o modelo que mais utiliza as potencialidades do idioma.
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Um comentário:
Aff...
Nada a ver o q vc falou
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