Alguns trechos...
Agualusa: Imaginação é essencial, inteligência também. Esforço-me para escrever com elegância. Elegância tem a ver com simplicidade.
É possível justificar racionalmente a necessidade absoluta de escrever?
Agualusa: Nunca senti necessidade absoluta de escrever - como de comer ou fazer amor. Escrever é um prazer, não uma angústia como o cigarro para o fumador.
Dizer-se afro-luso-brasileiro é a sua melhor definição de nacionalidade?
Agualusa: Sou não-nacionalista. O nacionalismo conduz quase sempre ao ódio ao outro, quando, afinal, o outro somos sempre nós.
Acredita, como Zumbi, que o Brasil ainda não se descolonizou?
Agualusa: Precisa completar essa descolonização. Seria importante que todos os brasileiros tivessem acesso ao poder, o que não acontece ainda com as populações indígenas e de origem africana.
Que Portugal há hoje em Angola que não o do usurpador que colonizou?
Agualusa: A língua, evidentemente, o catolicismo, o futebol, o gosto pelo bacalhau e pela má-língua.
Um excepcional escritor pode ser uma má pessoa?
Agualusa: Provavelmente. Conheço torturadores em Angola, que interrogaram e torturaram presos políticos em 77, e são recebidos em Portugal como bons escritores.
Valoriza mais a imaginação ou a capacidade de ser ágil?
Agualusa: Imaginação é essencial, inteligência também. Esforço-me para escrever com elegância. Elegância tem a ver com simplicidade.
É possível justificar racionalmente a necessidade absoluta de escrever?
Agualusa: Nunca senti necessidade absoluta de escrever - como de comer ou fazer amor. Escrever é um prazer, não uma angústia como o cigarro para o fumador.
Dizer-se afro-luso-brasileiro é a sua melhor definição de nacionalidade?
Agualusa: Sou não-nacionalista. O nacionalismo conduz quase sempre ao ódio ao outro, quando, afinal, o outro somos sempre nós.
Acredita, como Zumbi, que o Brasil ainda não se descolonizou?
Agualusa: Precisa completar essa descolonização. Seria importante que todos os brasileiros tivessem acesso ao poder, o que não acontece ainda com as populações indígenas e de origem africana.
Que Portugal há hoje em Angola que não o do usurpador que colonizou?
Agualusa: A língua, evidentemente, o catolicismo, o futebol, o gosto pelo bacalhau e pela má-língua.
Um excepcional escritor pode ser uma má pessoa?
Agualusa: Provavelmente. Conheço torturadores em Angola, que interrogaram e torturaram presos políticos em 77, e são recebidos em Portugal como bons escritores.
Um comentário:
Gostei muito dessa entrevista, principalmente quando ele diz que um bom texto tem de ser simples! beijos
Postar um comentário