sábado, 10 de março de 2007

Mais um suspiro do acordo ortográfico

Deu na Agência Lusa. "Secretário da CPLP vai acelerar acções para ratificar acordo ortográfico. São Paulo, Brasil, 10 Mar (Lusa) - O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), embaixador Luís Fonseca, afirmou no Brasil que planeia acelerar as acções necessárias para a ratificação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa".

No dia 16 de dezembro de 1990 foi assinado, em Lisboa, por representantes de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Com base no projeto de texto de ortografia unificada, o documento teve aprovação da Academia de Ciências de Lisboa e da Academia Brasileira de Letras (ABL), que desenvolveram o documento desde 1986. Para redigir o projeto de Ortografia Unificada foi formada uma comissão integrada para cada país, tendo no Brasil como representantes Antônio Houaiss e Nélida Piñón. Em 1991, o AO foi ratificado pelo parlamento português; no Brasil, a aprovação do Senado só se deu em 1994. (Houaiss, Antônio. A nova ortografia da Língua Portuguesa. Editora Ática).


Há alguns anos tentei entrevistar o diretor do Instituto Antônio Houaiss, Mauro Villar, sobre o tema para uma pesquisa de final de curso. Mas infelizmente não pude ser recebida. Procurei então a escritora e ex-presidente da ABL (gestão de 1997), Nélida Piñon, que declarou ser o AO “um documento muito bonito”. E disse ainda que para ela fora válido na ocasião o convívio com Antônio Houaiss, assim como com os demais participantes. E que, no entanto, não houve um envolvimento maior de sua parte nesta ação. Perguntei assim como se deu sua escolha para representar o Brasil, ela contou que o então presidente da ABL, Austregésilo de Athayde, se encantou por sua obra e a indicou para tal missão. “Eu tomei posse na ABL em 3 de maio de 1990, era o mais recente membro, e o presidente então fascinado comigo me designou para a função. Sobre o AO, o que posso dizer é que o Congresso português aprovou logo, mas o brasileiro não deu muita importância para o assunto e os portugueses levaram a questão adiante”, disse a imortal na ocasião.

São nada menos que 60 anos de tentativas malogradas de consolidar o acordo ortográfico. Os que concordam falam de sua necessidade pela unificação do mercado editorial e da linguagem de documentos, os que desaprovam acreditam que seria uma camisa de força para o idioma.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ju, obrigada por ter mandado a nota da Agência Lusa. Um grande beijo, saudades, amiga!

Anônimo disse...

Ziza, abro eu para comentar e encontro um comentário seu! Só você, amiga! Mas olha, esse post diz tudo. Até na Academia Brasileira de Letras impera a 'ação entre amigos'. A viagem da Nélida Pinon deve ter sido dada como um presente e não tratada como algo sério. Enfim...

Anônimo disse...

ziza, disso aih eu n sei brincar n, risos... eh assunto de gente grande! :]