terça-feira, 30 de outubro de 2007

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...

Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias.
Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
deixando um acre sabor na boca.

Eu faço versos como quem morre.

(M. Bandeira)

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre que passo pela escultura do Manuel Bandeira aqui no centro, lembro de você! beijos