terça-feira, 15 de maio de 2007

Minha língua no espelho

Se a língua é o reflexo da minha identidade é também nela que me reconheço nos falares do outro. Bem comum que deve ser partilhado e não (re)partido, como acontece com nosso fatigado idioma, que já está com a língua para fora. Esta então, quanto mais partida menos (com)partilhada. Quanto menos partilhada menos representativa - praticamente um efeito Tostines. Por esses dias me deparei com uma frase curiosa, fui ao Instituto Nacional de Estatísitica (INE) e o senhor que atende o público me disse "até no Brasil, que pode-se considerar um país de língua portuguesa". Pensei em dar a língua para ele, mas essa eles já nos deram. Aliás, deram mais que isso: a língua e um dedo. Quem estava de longe podia avistar logo acima da minha cabeça um balão escrito "ele deve ser mais um que acha que eu falo brasileiro, pqp". Resolvi me calar. Descobri que Portugal é um ótimo país para a prática do budismo. Quem sabe em mais poucos meses eu alcanço a iluminação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu gosto de ir a Portugal para liberar a raiva!!! É muito bom!!! beijos