quarta-feira, 18 de julho de 2007

Papel para os anais

A piada é boa, estava num livro publicado na década de 40 pelo Secretariado da Propaganda Nacional (Agência Geral das Colónias) : O império colonial português. Em altíssimo nível de cara de pau, o capítulo Política de cooperação racial diz:

"Desde início, a nossa política de expansão colonial foi baseada num grande princípio de respeito humano pelos povos colonizados. A sua definição mais exacta é talvez a de cooperação racial se acrescentarmos que uma finalidade, mais alta ainda, a caracteriza especialmente, a finalidade de uma crescente nacionalização de tôdas as populações das nossas colónias.

Essa política tem uma base moral fortíssima e sempre mantida, a da Religião Católica, verdadeiramente sentida e vivida com a mais humana compreensão por todos os portugueses.

Separar a nossa expansão colonizadora da ideia missionária, Católica, que sempre a acompanhou seria negar a realidade. Seria também tornar incompreensível quanto fizemos e fazemos mais que nenhum outro povo colonizador para a elevação das populações dos territórios coloniais a que, por definição jurídica, chamamos de indígenas".

Esse registro de fato é papel para os anais!

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