segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A China em Portugal

Se na China cresce o interesse pela língua portuguesa, em Portugal o chinês é praticamente um modismo. As salas de aula estão lotadas, as universidades preparam cursos especiais. Ficou na cabeça uma frase de uma professora que me disse que tentar conter a China é como barrar um fenômeno da natureza. Sobre o aprendizado do idioma, parece que a dificuldade também é recíproca: a professora de mandarim Zhang Shuang diz em matéria publicada no jornal do Metro, sobre a explosão do estudo do idioma em terras lusas, que "para um chinês é muito difícil compreender a gramática portuguesa". A leitura, ela acha mais fácil. Em meio a esta sede, quando me dei conta já estava imersa em um universo linguístico com uma lógica totalmente diferente. É fantástico estudar chinês, muito difícil, mas a simbologia dos caracteres é linda e com certeza abre a mente para uma nova observação da vida. Acho que trabalha uma parte do meu cérebro que eu nunca tinha usado (não que eu use muita coisa dele). Essa é a sensação.

O livro mais requisitado por aqui é "Lições de chinês para portugueses", de Lu Yanbin e Wang Suoyung, que já vendeu mais de 20 mil exemplares e está sendo preparada agora uma reedição. Para encomendar este livro é preciso entrar em contato pelo site com o Centro Científico e Cultural de Macau. O idioma tem 56 mil catecteres, mas aprendendo mil é possível saber 90% da língua. Os verbos são empregados sempre no infinitivo, há um caractér antes que indica futuro, por exemplo. Se vier depois, é passado. Não há feminino e masculino, e plural somente quando necessário. A pronúncia tem quatro tons e se misturados podem significar palavras completamente diferentes. Os caracteres são escritos/desenhados de cima para baixo, da esquerda para a direita.

Quanto ao significado e à força da palavra, interessante é a escolha de como ser chamado. Minha professora conta que recebeu outro nome quando esteve na China para estudar. O nome pode dizer muito da pessoa. Deve ter uma associação boa, não é aconselhável que tenha afinidade com vocábulos como morte etc. Um nome mais erudito pode fazer parecer que o cidadão tenha um grau cultural mais elevado, sendo importante até mesmo na hora de procurar emprego.

Provérbio chinês:
"A língua resiste porque é mole; os dentes cedem porque são duros".

* caracter da foto = chinês.

Um comentário:

Anônimo disse...

Li um livro de uma chinesa que explica essa parada dos nomes. Quando eles nascem, ganham um nome. Depois de adultos, ganham outro. Faz sentido. Tem casa criança brasileira com nome de velho que dá até pena...imagina uma criança chamada Filomena? Não combina, né?? beijos